quinta-feira, 4 de março de 2010

Dialogando "Moulin Rouge"


André: P.S.:ah, acabei de ver Moulin Rouge...

Eder: O FILME POSSUI UMA DIREÇÃO DE ARTE ÍMPAR, NICOLE BRILHA EM SUA ATUAÇÃO. ACHO QUE SUA INTERPRETAÇÃO MERECIA O OSCAR, ESTÁ NA ALTURA DE SEU TRABALHO EM "OS OUTROS", MAS NADA SUPERA SUA ESTADIA EM "DOGVILLE". BAZ IMPRESSIONA COM SUA DIREÇÃO OUSADA E SEU ROTEIRO GENIAL, DEVERIA TAMBÉM TER SIDO AGRACIADO COMO MELHOR FILME DO ANO, MOTIVO: FOI A PORTA PARA OS OUTROS MUSICAIS, COMO: CHIGACO, O FATASMA DA ÓPERA E MUITOS OUTROS. TANTO QUE CHIGAGO GANHOU NO ANO POSTERIOR.

DESLUMBRANTE O NÚMERO "I LIKE A VIRGEN", O ATOR QUE INTERPRETOU O DONO DO MOULIN ROUGE BRILHA TAMBÉM.

APENAS NÃO GOSTO DAS CAMÊRAS LENTAS RETROATIVAS, MAS ACHO O FILME UM PRIMÔR E ACREDITO QUE BAZ SUOU A CAMISA PARA CONSTRUIR ESTE PROJETO.

MAS AQUELE ANO FOI RON E SUA MENTE BRILHANTE QUEM GANHOU O OSCAR, INJUSTO, POIS ESTE MANIPULA A CÂMERA DE UMA MANEIRA ANTIDINÂMICA,É POBRE EM TAKES.

OUTRA INJUSTIÇA DO ANO: ETHAN HAWKE NÃO LEVOU A ESTATUETA, ESTÁ ILUMINADO E NO AUGE DA ATUAÇÃO EM "DIA DE TREINAMENTO", BOM ESCREVI DEMAIS. SÓ QUE AQUELE ANO FOI INJUSTO, ATÉ COM IAN MACLEN, NOBRE EM SUA ATUAÇÃO EM "O SENHOR DOS ANÉIS", ATÉ AGORA NÃO ENTENDO POR QUÊ NÃO GANHOU SUA ESTATUETA, ME ARREPIA ASSITIR SUA ATUAÇÃO.

André: Pois bem, dizia eu que tu serias bem capaz de escrever teses sobre Moulin Rouge.
Eu também achei um filme fantástico. Concordo com o que vc disse, ainda que ache menos grave as câmeras lentas.
Só tive alguns sustos, pois em alguns momentos parecia que o filme adquiria pedaços de uma comédia escrachada, como, por exemplo, quando o vilão foi atirar em Christian no teatro e o dono do Moulin, cujo nome também não recordo, dá um soco na face dele. Aquela cena pareceu tão animação humorística, imprópria para tal filme, mas depois fui percebendo que essa mescla certamente era um objetivo de Baz.
A morte de Satine foi bem-vinda, se não o filme não teria sido justo com o que aconteceu em seu desenvolvimento. O momento da morte dela não poderia ter sido melhor.
Também gostei das expressões de agonia de Toulouse (Leguizamo), querendo fazer alguma coisa para evitar o pior, sem saber como. Ele tremia de tão forma, corpo, voz... transmitiu tanta realidade que praticamente senti tudo o que ele sentia em minha pele.
Eu achei fantástica, na cena final, da morte de Satine, quando a câmera vai subindo e subindo, passando pelas partes do teatro, o público aplaudindo, os caras lá do alto, o exterior, o vilão... Então a câmera segue adiante na horizontal e chega a um ponto distante e também futuro focando em Christian que escreve.

Eder: Não havia pensando a respeito daquele último take de "Moulin Rouge", realmente é magnífico. Sou fascinado por takes longos, sem quebra de câmera e edição. Acho que Steven Spilberg trabalha dessa maneira, vão dizer que ele é um diretor comercial, mas tem seus méritos

André: Em casos de um musical sério como Moulin, acho que aquelas cenas que citei devem ser cuidadosamente pensadas, não simplesmente para não deixar o filme cair na vulgaridade, mas para ser fiel aos ideais do filme, ao que ele propões, aos seus objetivos. Gosto de muitas comédias, de outras nem tanto, mas vale assistir se tiver paciência, rs!

Eder:Um coisa deve ser dita: Baz é um diretor de vanguarda, podemos ver isso por "Romeu+Julieta" e visionário (como está na capa de "Moulin...". A critica reduziu lamentavelmente seu último filme "Austrália". Mas um diretor como ele deve ser visto com outros olhos, ele não é modelo padrão. Talvez ele quisesse dar um ar de chanchada ao filme, mas aí de se lembrar que esta categoria segurou o cinema nacional por anos.

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