quinta-feira, 10 de março de 2011

Under African Skies



A importância de uma obra se faz não apenas pelo trabalho artístico empregado para concebê-la, o período histórico a qual ela foi criada e difundida faz a diferenciação em relação a outras obras. Tratando-se da parte técnica e artística de um álbum musical, releva-se a melodia, letra, voz, ou seja, as gravações contidas nele. “Graceland” traz todos estes ingredientes juntos num teor de qualidade altíssimo, apesar de Paul Simon inúmeras vezes declamar palavras, ao invés de cantá-las. No entanto esta obra possui um tempero que a faz ser ímpar, um tempero embebido na cultura africana.
Simon catalisou letras que retratam costumes do antigo continente e utilizou músicos daquela terra, estes fatos aumentam seu teor artístico sobre outras gravações. Na época o cantor estava num momento difícil em sua carreira, o álbum deu uma elevada em seu nome e com justiça. Estes pontos dariam créditos imensos a sua obra, porém o que torna ela histórica é o fato de ter sida realizada no período do Apartheid, onde a segregação racial era figura viva na África do Sul. Um artista teve a coragem de unir brancos e negros e nadar contra a maré vigente para erguer um dos monumentos da música contemporânea.