segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Sobre a oficina
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Fake Plastic Film
Seu primeiro filme ('A single man', que mais uma vez leva uma tradução chula, 'Direito de amar'), além de ser um desfile para os olhos, e nesse sentindo pode-se classificá-lo como plástico, tem a cadência de ter uma trilha sonora ousada, mestrada por Abel Korzeniowski. Um roteiro com bons diálogos e a atuação surpreendente de Colin Firth. A cena em que fica sabendo sobre a morte de seu companheiro,Jim, é memorável em minha mente. É intenso e vibrante sua performance neste instante. Depois deste acontecido ele vive a vagar e a lembrar de seu ex-companheiro. E neste sentindo é que Tom ganha um ponto positivo, pois estas lembranças acontecem no sentido visual, onde este designer de moda sabe melhor trabalhar.
Um desavidado poderia confundir a obra com uma de Wong Kar-Wai facilmente, os dois diretores se assemelham no sentido de Direção de Arte. Mas Tom supera, com poucas quebras de edição, ângulos de câmeras antes nunca visto por mim e takes miletricamente marcados.
Um filme de época
Um filme para ser considerado razoável precisa preencher alguns requisitos, tais como: um roteiro bem escrito, com bons diálogos e que seu enredo consiga prender o telespectador. Quando a obra consegue alcançar tais objetivos e, além disso, possui outros pontos a serem considerados, esta obra passa a ser ‘um grande filme’, como costumamos dizer por ai. Bom, se tiver uma fotografia, que embeleze as cenas dentro da perspectiva que o filme aborda, atuações sublimes, uma produção impecável e um diretor sensível, que saiba conduzir as cenas e edite de maneira sábia, tem-se uma obra prima.
E é isso que acontece com 'Atonement' (2007), que no Brasil foi traduzido com um título que tange o que o roteiro trata, mas acredito que o pessoal da produtora brasileira não pensou apenas nisso. Pensaram também na obra anterior de Joe Wright, 'Orgulho e preconceito'. Ai o telepectador teria a falsa noção te que estaria vendo mais uma literatura de Jane Austen passada em fotogramas. Então já adiantando, o roteiro se adapta de um livro de Ian McEwan. Deve-se salientar a presença novamente de Keira Knightley, mas um motivo que chama a atenção do público acreditando ser esta uma película que continua a anterior.
Os takes que o diretor utilizou, aliadas a fotografia, fascinam. Deixam-te imobilizado. Principalmente na cena da retirada de Dunquerque em que não houve corte de edição. O roteiro é inteligente e impactante em seu final. Não se esperava tais acontecimentos nos últimos minutos do filme, perante a atuação de Vanessa Redgrave. Atuações, dignas de serem chamadas de atuação não faltam neste filme, partindo da revelação Saoirse Ronan à queridinha do diretor, Keira. Junto a uma trilha sonora que se encaixa as cenas, dando dinâmica na produção, temos um filme de época a la ‘O paciente inglês’. Temos um belíssimo filme.