segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Sobre a oficina

Acabei de terminar um trabalho de última hora e, dando umas lidas em meus e-mails, acabei caindo no blogger e visitando meu perfil.
Há algum tempo vi que estamos rebatizados e hoje vi que temos duas novas postagens. Gostei de nosso novo nome de blog e da continuidade do projeto.
É hora de administrar o tempo e deixar a vergonha de registrar os textos de lado. Espero estar contribuindo novamente, muito em breve.
A Oficina está aí para dividir e multiplicar ideias.
Abraços!


quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Fake Plastic Film


O que se espera no mínimo de um homem que deixa o campo da moda para lidar com direção de filmes, é que estes últimos sejam verdadeiros desfiles de moda. No máximo, o que se espera, partindo da mediocridade das pessoas, é um filme comentado por ter este elemento: o ex-comandante da maior companhia de moda em couro, a Gucci.Tom Ford salvou esta empresa, quando assumiu o posto de designer supremo . Agora ele não veio salvar nada na área do cinema, mas veio colocar seu nome no limbo dos novos diretores que possuem grande potencial de criatividade e sensibilidade.
Seu primeiro filme ('A single man', que mais uma vez leva uma tradução chula, 'Direito de amar'), além de ser um desfile para os olhos, e nesse sentindo pode-se classificá-lo como plástico, tem a cadência de ter uma trilha sonora ousada, mestrada por Abel Korzeniowski. Um roteiro com bons diálogos e a atuação surpreendente de Colin Firth. A cena em que fica sabendo sobre a morte de seu companheiro,Jim, é memorável em minha mente. É intenso e vibrante sua performance neste instante. Depois deste acontecido ele vive a vagar e a lembrar de seu ex-companheiro. E neste sentindo é que Tom ganha um ponto positivo, pois estas lembranças acontecem no sentido visual, onde este designer de moda sabe melhor trabalhar.
Um desavidado poderia confundir a obra com uma de Wong Kar-Wai facilmente, os dois diretores se assemelham no sentido de Direção de Arte. Mas Tom supera, com poucas quebras de edição, ângulos de câmeras antes nunca visto por mim e takes miletricamente marcados.

Um filme de época


Um filme para ser considerado razoável precisa preencher alguns requisitos, tais como: um roteiro bem escrito, com bons diálogos e que seu enredo consiga prender o telespectador. Quando a obra consegue alcançar tais objetivos e, além disso, possui outros pontos a serem considerados, esta obra passa a ser ‘um grande filme’, como costumamos dizer por ai. Bom, se tiver uma fotografia, que embeleze as cenas dentro da perspectiva que o filme aborda, atuações sublimes, uma produção impecável e um diretor sensível, que saiba conduzir as cenas e edite de maneira sábia, tem-se uma obra prima.

E é isso que acontece com 'Atonement' (2007), que no Brasil foi traduzido com um título que tange o que o roteiro trata, mas acredito que o pessoal da produtora brasileira não pensou apenas nisso. Pensaram também na obra anterior de Joe Wright, 'Orgulho e preconceito'. Ai o telepectador teria a falsa noção te que estaria vendo mais uma literatura de Jane Austen passada em fotogramas. Então já adiantando, o roteiro se adapta de um livro de Ian McEwan. Deve-se salientar a presença novamente de Keira Knightley, mas um motivo que chama a atenção do público acreditando ser esta uma película que continua a anterior.‘Desejo e reparação’, tradução para 'Atonement', não tem relações com a obra anterior de Joe. A história de passa no século XX.

Os takes que o diretor utilizou, aliadas a fotografia, fascinam. Deixam-te imobilizado. Principalmente na cena da retirada de Dunquerque em que não houve corte de edição. O roteiro é inteligente e impactante em seu final. Não se esperava tais acontecimentos nos últimos minutos do filme, perante a atuação de Vanessa Redgrave. Atuações, dignas de serem chamadas de atuação não faltam neste filme, partindo da revelação Saoirse Ronan à queridinha do diretor, Keira. Junto a uma trilha sonora que se encaixa as cenas, dando dinâmica na produção, temos um filme de época a la ‘O paciente inglês’. Temos um belíssimo filme.